quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Madrugada - Industrial Silence (1999)








Um grande começo pra essa banda norueguesa, um disco corajoso que aposta em numa sonoridade alternativa moderna, mas calcada no blues psicodélico de Eric Burdon na transição dos 60/70, pesado na medida certa, esse é Madrugada na sua primeira bolacha, Industrial Silence. Vocal é a primeira música com um stell guitar blueseiro de extremo bom gosto mostrando de onde eles vieram, alternando fúria e doçura, numa grande interpretação com vocalizes e sussurros, grande canção. Em beautyproof surge um rock mais básico e direto, mas com o destaque do stell que vai marcar todo o disco. Shine é uma balada daquelas de dançar juntinho enquanto busca estrelas cadentes, escute a música que você vai entender! Higher vai buscar uma distorção punk para executar a música mais nervosa do álbum, que incrivelmente nos apresenta uma gaita e a voz uiva nos lembrando um pouco os uivos de Iggy Pop, outra influência marcante. Em sirens a introdução progressiva, pinkfloydiana até, antecede uma letra que fala sobre sereias, maldições e solidão. Strange colours blue não poderia ser mais Leonard Cohen em sua interpretação e uma guitarra derramando arpejos e flamenco. This old house começa com violão e gaita numa pegada folk irresistível, vão surgindo bateria e um órgão, até a voz de Sivert Hoyem começar suavemente a contar a história de crianças e suas memórias nessa velha casa, de onde mais uma vez pode se assistir a queda das estrelas, Dylan e Birds por aqui. Outra vez Cohen, blues dramático, a fuga é desesperada, esta se chama eletric. Em salt, um clima de wester invade o sallon, pensei em Nick Cave, são tantas referências nessa música, mais flamenco, tremolo, tom declamatório, surge uma voz discursando por baixo da principal é o apocalipse, gritos e anfetamina! Depois de tantas músicas ótimas, belladonna é um ponto baixo no álbum, não é ruim, mas nada acrescenta. Norwegian hammerworks corps. fala sobre a escravidão do trabalho, e fala mesmo, pois nessa música Hoyem simplesmente declama a letra sobre uma base digna do New Model Army, e canta na redenção ao se encontrar “nas mãos do amor”. Na penúltima música um quase blues pouco inspirado, quite emotional, quatro minutos e meio de música que não nos levam a lugar algum. Terraplane é uma oração sobre uma base jazzística, piano e bateria esparsos, Thelonius Monk ficaria satisfeito. É isso, o álbum começa alto e chega ao fim aos sussurros, alguma irregularidade e grandes canções, muitas e boas influências, o Madrugada, banda norueguesa, lançaria mais cinco álbuns, um deles ao vivo, em 2007 com a morte do guitarrista Robert Burảs a banda chega ao seu fim lançando o seu álbum homônimo em 2008.
A minha cópia desse álbum eu adquiri numa lojinha da Avenida Sete, centrão de Salvador, que hoje virou uma barraquinha de conserto de relógio. Eu buscava um som que eu ainda não conhecesse, o dono da loja me apresentou Pixies, Smashing Punpkins, The Fall, Nick Drake, tentando me surpreender sem sucesso, eu já era apaixonado por tudo isso, sua última carta foi o Madrugada, uma ex-namorada dele tinha trazido da Noruega uns cinco exemplares que ficavam praticamente escondidos lá embaixo do balcão, esse era o penúltimo a ser vendido, o outro era dele, valeu a pena! Assim como vale pedir pra algum amigo que viaje pro exterior procurar ou importar mesmo, vou deixar nos comentários um link que NÂO está hospedado nesse blog, daí você escuta, conhece, deleta e procura comprar o original! Boa sorte!

Strange Colour Blue
http://www.youtube.com/watch?v=BE3qK0iiKc8&feature=related

Um comentário:

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